Culturas indígenas e jogos
Huni Kuin - Yube Baitana
Quem são os Huni Kuin?
O povo Kaxinawá (ou huni kuin) vive no Brasil (Acre e Sul do Amazonas) e no Peru. É do grupo linguístico Pano. Chama a si mesmo de huni kuin (homem verdadeiro), daí a confusão dos primeiros viajantes brancos a encontrá-los.
Nesse violento contato os grupos indígenas locais sofreram violência por parte dos exploradores que trouxeram, dentre outras coisas, doenças. Em 1913 a região do Juruá contava com 40 mil migrantes (em sua maioria cearenses), e o Purus 60 mil. A violência era organizada. A função dos mateiros não era somente abrir estradas de seringa, era também limpar a área de índios brabos. (Povos indígenas no Brasil)
A história recente desse povo é profundamente marcada pela divisão entre Peru e Brasil e como os membros em cada lado da fronteira foram impactados pelas atividades econômicas externas que aconteceram em suas áreas.
Xamanismo
Os Kaxinawa afirmam que os verdadeiros xamãs, os mukaya, aqueles que tinham dentro de si a substância amarga e xamânica chamada muka, morreram, mas este fato não os impede de praticar outras formas de xamanismo, consideradas menos poderosas mas que parecem igualmente eficientes. (Povos indígenas no Brasil)
Mitos
A maior parte dos mitos de origem ligados a um bem cultural (o roubo do fogo, a tecelagem, o desenho, a cerâmica, o plantio etc.) contam como este bem, ou a arte de produzi-lo, foi dado aos humanos por um animal. Mas não era um animal qualquer. Este animal “é huni kuin encantado”. Sendo assim, o yuxin que estava nesse animal comunicou aos homens suas qualidades. Não por acaso, foi o esquilo que ensinou ao homem a arte de plantar (sabemos que o esquilo se caracteriza por guardar, estocar comida durante muito tempo, o que é necessário para plantar). O macaco prego ensinou o ser humano a copular. Este macaco adota uma posição face a face no coito, uma posição excepcional entre os animais. Quando se tratou de “traduzir” este hábito animal em comportamento humano, os yuxin transformaram-se em gente para a percepção humana. Desta maneira viveram durante algum tempo entre os homens, sob forma humana, a rata parteira (xuya), a aranha tecelã (Baxem pudu) e outros. Povos indígenas no Brasil)
Preservação de tradições vivas, narrativas e universos imaginários através de um meio evocativo e ativo.
O problema da apropriação e do “exótico”
Discussão: Representatividade e a diferença entre “sobre” e “com”.
Estudo de caso: Aritana e a Pena de Hárpia
- Que problemas podem surgir quando você faz um jogo sobre uma cultura sem ser parte dela ou sem diálogo efetivo?
- Como fica a circulação desse jogo como produto?
- Tradução para as várias línguas
- Foco nas próprias comunidades
- A contrapartida material de infra-estrutura e acesso à tecnologia e comunicação é um fator importante, justamente dentro do contexto
Game design participativo
a produção do jogo foi concebida como uma criação coletiva da equipe de pesquisadores, da equipe técnica e dos narradores, desenhistas e cantadores indígenas, que buscaram um esforço permanente de tradução entre culturas, mídias e formatos. (Guilherme Meneses)
A história transformada, contada em oficinas com as pessoas mais velhas do povo.
O trabalho de Elizabeth LaPensée e a Initiative for Indigenous Futures.
Outros exemplos
Referências
Cultura de povo indígena da Amazônia vira tema de vídeo game. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-02/cultura-de-povo-indigena-da-amazonia-vira-tema-de-video-game. Acesso em: 17 maio. 2016.
E-Line Media. , [s.d.]. Disponível em: http://elinemedia.com/about/. Acesso em: 17 maio. 2016.
Introdução > Huni Kuin (Kaxinawá). Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaxinawa. Acesso em: 20 maio. 2016.
Never Alone - Our Team. Disponível em: http://neveralonegame.com/our-team/. Acesso em: 17 maio. 2016.
Sobre – Huni Kuin. , [s.d.]. Disponível em: http://www.gamehunikuin.com.br/abouthk/. Acesso em: 17 maio. 2016